Trane - Portugal - Sociedade Unipessoal, Lda
Informação profissional do setor das instalações em Portugal

"Onde a Trane tem mais investido é no aquecimento de alta temperatura e no arrefecimento para processo, quer em equipamentos quer no rental e serviços técnicos associados a esses mercados."

Entrevista a Francisco Augusto, Country Leader da Trane Portugal

Alexandra Costa29/04/2024

A Trane tem genericamente dois grandes departamentos, a venda de equipamentos e os serviços técnicos. Ambos trabalham numa relação simbiótica, pelo que nenhum sobrevive sem o outro. Um negócio assente na inovação, mas, também, e como referiu em entrevista à revista O Instalador, Francisco Augusto, diretor-geral da Trane Portugal, numa estratégia de aquisições. No ano passado, por exemplo, a empresa adquiriu duas marcas "com produtos destintos e que irão melhorar muito o nosso serviço ao cliente, seja na produção ou na qualidade do ar". Sem esquecer o futuro, com o responsável a adiantar que a Trane vai "introduzir alguns produtos que irão criar novos mercados, mercados que ainda não existem no setor, na produção de água quente e água fria, R290 (propano)".

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Como correu o negócio da Trane em 2023?

Foi um ano excelente, crescemos em todas as cinco áreas de negócio, com dois dígitos altos em todas elas.

Adicionalmente a isso, lançámos o Rental de Contentores Frigoríficos, e preparámos o lançamento em 2024 das novas marcas adquiridas pela Trane.

Que avaliação faz da evolução do setor da climatização no geral, e em Portugal em particular?

Creio que o setor da climatização cresceu na europa e em Portugal também, foi um ano bom nesse sentido.

O Regulamento F-gas já foi publicado. Que alterações o mesmo implica no setor e no negócio da Trane?

A Trane desde 2014, tem vindo a conceber produtos que operam com refrigerantes de baixo e ultrabaixos GWP em todas as gamas de produtos. Dependendo do portfólio de produtos e da tecnologia do compressor, a Trane já oferece unidades com refrigerante R-454B, R-513A, R-514A, R-1234ze, R-1233zd(E) e R290. Esta estratégia alinha-se com as aspirações de sustentabilidade da Trane Technologies 2030, e o compromisso de reduzir as emissões de carbono dos clientes em um gigaton - equivalente às emissões anuais da Itália, França e Reino Unido em conjunto.

Esta estratégia está, pois, em linha com a norma F-gás onde desenvolvemos produtos acima de 12kW com um GWP <750 e já temos chillers abaixo de 12kW com GWP <1.

Recentemente foi lançado uma nova geração de bombas de calor ar-água com o fluido frigorígeno R-290 (propano), que não empobrece a camada de ozono, e tem um potencial de aquecimento global (GWP) ultrabaixo, e proporciona aquecimento, arrefecimento ou produção de água quente sanitária de conforto, sustentável a edifícios comerciais ligeiros e residenciais.

Em resposta ao cenário em evolução das tendências climáticas e de sustentabilidade, o Trane LEAF está em conformidade com as alterações regulamentares, como o Regulamento de gases fluorados da União Europeia revisto, que aborda as preocupações relacionadas com o impacto do efeito de estufa e a decomposição dos fluidos frigorígenos fluorados existentes. O R-290 (propano) é um fluido frigorígeno não tóxico, com um GWP<1 e um potencial de destruição do ozono (ODP) nulo.

A sustentabilidade e a eficiência energética dos edifícios são preocupações (e desafios) atuais. O que a Trane está a fazer nesse sentido?

Estamos permanentemente a inovar e a lançar produtos mais eficientes em todas as linhas, quer de equipamentos, quer de serviços. No serviço técnico temos soluções para melhorar ou manter os índices de eficiência dos produtos. Pensar que uma unidade não perde eficiência ao longo da vida é um erro, não intervir nas unidades é, em muitos casos, não uma poupança, mas uma perda de dinheiro por via da redução de eficiência das unidades. Aplicar as melhorias que vão surgindo nas gerações mais novas em unidades existentes é uma forma de melhorar a rentabilidade e eficiência dos equipamentos.

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Que inovações tem a Trane colocado nos seus produtos? Quais as suas principais preocupações?

O nosso desafio é proteger o ambiente, por isso a redução da energia e a transição para fluidos com GWP baixo são o motor para tudo o que fazemos.

A Trane tem inovado especialmente na produção de água muito quente, nomeadamente na água quente de processo, numa perspetiva de descarbonizar o setor. Iremos apresentar novas alternativas para a água muito quente e água quente a média temperatura, ainda este ano.

Por outro lado, a Trane já tem na gama e irá, em breve, ter em toda a gama unidades a propano R290, que tem um GWP quase nulo.

Irá resolver um dos desafios que o setor enfrenta na gama dos compressores scroll - o regulamento F-gas, este fluido tem a possibilidade de trabalhar numa gama de temperatura desde os -30°C e os 75°C, podendo ser uma boa alternativa ao amoníaco (que também temos na gama) e já entrou na corrida do aquecimento de média temperatura. Estamos confiantes.

De que forma está distribuído o negócio da Trane? Há alguma área que se destaque?

A Trane tem genericamente dois grandes departamentos, a venda de equipamentos e os serviços técnicos, ambos trabalham numa relação simbiótica, pelo que nenhum sobrevive sem o outro. Ajudamos o cliente na solução aquando da aquisição do equipamento e servimos o cliente durante a exploração das centrais, ao aplicarmos os serviços técnicos como o controlo, rental, manutenção preventiva, melhoria energética das centrais, reparações, etc.

A Trane fez, nos dois últimos anos, diversas aquisições. Que avaliação faz das mesmas?

A Trane está atualmente a integrar no seu portfolio três marcas, duas das quais adquiridas em 2023, com produtos distintos e que irão melhorar muito o nosso serviço ao cliente, seja na produção ou na qualidade do ar.

A MTA é uma marca que trabalha maioritariamente no fabrico de chillers muito específicos para processos industriais. Temos na nossa gama agora chillers desde os 900W (novecentos Watt, não é engano) e com a possibilidade de entregarem -25°C. Nos primeiros meses de trabalho temos tido grande aceitação na gama MTA, a qual não tinha “representação” na gama da Trane. Temos stock local de unidades, o qual nos fez ter uma capacidade de resposta que os fabricantes concorrentes não têm. As vendas estão muito acima do plano de vendas.

A AL-KO é um fabricante de topo de unidades de tratamento de ar, e irá competir no mercado de alta especificação e de altíssima qualidade. O fabrico desta marca obedece à mais alta qualidade, acima do standard do utilizado no nosso mercado. É uma marca que se distingue da concorrência, não pelo preço, mas pela qualidade.

Com a AL-KO iremos adicionalmente reforçar a nossa presença na indústria com o fornecimento de sistemas de despoeiramento e filtragem industrial, quer isto dizer que vamos entrar num novo mercado.

Contentores frigoríficos - Estamos também a lançar o serviço rental de contentores frigoríficos. Os contentores são fabricados pela TermoKing, parte do Grupo Trane Technologies e líder mundial, com 60% de market share. É um negócio que estamos a descobrir, é um mercado enorme, basta ver o número de contentores frigoríficos estacionados nos portos marítimos. Temos alguns parqueados em Lisboa e Porto caso alguém necessite...

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Essa é uma estratégia (de aquisições) que a Trane pretende manter? Em que áreas?

É uma estratégia que vem de longe e é para manter, todos os anos a Trane investe em aquisições. Nos últimos anos o investimento feito na Europa tem sido maior do que acontecia no passado, é uma forma de crescer rápida. Nos últimos anos, a Trane investiu na compra de algumas marcas na europa e integrou-as no grupo. Os setores onde a Trane tem mais investido é no aquecimento de alta temperatura e no arrefecimento para processo, quer em equipamentos quer no rental e serviços técnicos associados a esses mercados.

Com esta estratégia a Trane tem tido um crescimento incrível na Europa. A Trane Portugal duplicou as vendas em quatro anos, uma boa porção via as novas aquisições.

O aluguer de AVAC temporário é um dos serviços prestados pela Trane. É um serviço que começa a ser solicitado em Portugal? Qual tem sido a evolução dessa área de negócio?

O aluguer de chillers e bombas de calor, unidades de tratamento de ar, roof tops, contentores, etc. irá manter a tendência de crescimento. Os clientes, cada vez mais, veem o aluguer como uma forma eficiente de investir e não um custo e, nesse sentido, o aluguer de unidades para as estações de carga máxima, que nalguns casos se confina a algumas semanas do ano, faz todo o sentido. Com isso os clientes investem apenas uma pequena porção do valor que iriam investir na compra e manutenção de uma unidade que iria estar parada grande parte do ano.

Quais as perspetivas da Trane para este ano? Contam lançar algum produto novo no mercado?

A Trane, como sempre tem como objetivo crescer, e para isso incorporou este ano nos seus quadros um número recorde de empregados, para poder alavancar a chegada da MTA e a AL-KO ao portfolio. Por outro lado vamos introduzir alguns produtos que irão criar novos mercados, mercados que ainda não existem no setor, na produção de água quente e água fria, R290 (propano).

Como vê o futuro da climatização?

A climatização vai enfrentar desafios nos próximos anos, o que por si só será uma oportunidade. Os profissionais têm que se especializar em novas tecnologias e entender que o mercado está a deixar de ser reativo. Quer os fornecedores, mas especialmente os clientes finais, para serem competitivos, baixando a tarifa energética, devem procurar soluções e tecnologias que estão em constante surgimento. Creio que não há espaço para o empresário que tem equipamento mal mantido e antiquado nas suas explorações. No fim do dia perde na competitividade.

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